domingo, 19 de junho de 2011

A Fisiologia da Evolução

O Princípio Inteligente, criado por Deus simples e ignorante, inicia sua jornada para transformar em ato o que existe como potencialidade e segundo Emannuel, dormita no reino mineral, acorda no Reino vegetal, se anima no Reino Animal e usa a Razão no Reino Hominal. Caminha em direção ao reino Crístico que não é o final do processo evolutivo, mas apenas uma escala como os anteriores. Por isso Cristo alertava: meu reino não é deste mundo. E neste processo evolutivo o corpo físico acompanha a evolução do corpo perispiritual, pois a evolução física acontece primeiro no perispírito, instrumento através do qual o Espírito se comunica com o mundo, proporcionando-lhe o aprimoramento das faculdades humanas. O contato do espírito com a matéria resulta na constituição e aprimoramento do perispirito e na absorção dos paradigmas da Lei Divina.

Kardec deteve seu olhar cientifico na mediunidade, que sempre esteve cercada de mistérios em toda a história da humanidade, observando com rigor cientifico apenas uma parte deste verdadeiro iceberg, mas inaugurando uma era de despojamento de mistério do misticismo. Entendendo-se misticismo como a crença de qualquer origem que admite a comunicação dos homens com seres imateriais ou entidades divinas.

No livro dos médiuns ele deu partida para o aprofundamento do conhecimento deste importante meio de comunicação do ser humano.

Mas a mediunidade é muito mais do que o instrumento de comunicação com o mundo espiritual: se bem usada, não apenas no trabalho espiritual, mas também no cotidiano, promove bem estar e equilíbrio físico, emocional e espiritual mas a sua não utilização é fonte de limitações evolutivas exatamente por colidir com o processo evolutivo.

A mediunidade, segundo o psicólogo Dr. Adenauer Novaes, autor de Psicologia e Mediunidade, mais do que uma faculdade para a desobsessão é uma janela do Espírito para as dimensões existenciais do Universo e seu aparecimento denuncia o estágio de evolução do Ser Humano. Tem finalidades importantes para o desenvolvimento da personalidade, proporcionando novas possibilidades de percepção das Leis da Natureza, bem como uma melhor integração dos conteúdos e experiências adquiridos durante as existências.
Só com a evolução da ética perceberemos as imensas potencialidades de aplicação da mediunidade. O processo de auto-transformação do ser humano o levará ao uso da mediunidade a seu favor, como Ser Espiritual encarnado, de forma que transformará seu próprio organismo para abrigar esta função num órgão físico adequado.

A humanidade se divide, em relação ao sofrimento, em duas partes: a que sofre e ignora as razões, apenas sofre, e aqueles que já estão no caminho do bem e do conhecimento e, por isso, deixam seu sofrimento em segundo plano e vão atender aos que sofrem por causa da ignorância.

Evidente que a segunda categoria abriga uma pequeníssima minoria. São aqueles que já acordaram para a realidade espiritual e tomaram a decisão de buscar resolver seus problemas como trabalhadores do Cristo. Esses, em contato com o sofrimento alheio encontram referencias para constatarem que fora da solidariedade, da caridade, não tem salvação. Mas também nesta minoria encontram-se os que se iludem achando que estando trabalhando no bem estão se livrando dos percalços e do sofrimento da vida.
O trabalho apenas serve para que, observando a infinita gama de sofrimento, a pessoa possa relativizar a sua dor e colocar-se como uma peça a mais no atendimento fraterno.

Mas é preciso que o médium ou dialogador conheça como se dá a interação trabalhadores/atendidos (encarnados ou desencarnados) no nível físico para não cair no famoso “estou passando mal”.
No desdobramento, segundo Dr. Sergio Felipe, professor da USP e neurocientista, são acionados os mecanismos colinésicos: a acetilcolina que é uma substância química que atua como neurotransmissor que envolve o Sistema Nervoso Autônomo (SNA), transmite os impulsos nervosos entre as células do sistema nervoso. Também se encontra associada à transmissão de impulsos entre as junções das células nervosas e musculares, que provocam a contração muscular. A acetilcolina provoca uma série de efeitos: abaixa a freqüência cardíaca, aumenta a peristalse digestiva, cai a pressão arterial. Por exemplo, o arrepio sentido quando se percebe uma presença espiritual deve-se a acetilcolina.

O desdobramento aciona uma via neurológica chamada extralemniscal porque não existe um órgão especifico acionado para despertar esta sensação ou percepção. O desdobramento provoca a ativação difusa subcortical. Quando usamos os sentidos através do seu correspondente físico como a visão, por exemplo ativamos áreas elétricas do córtex ociptal. Assim, para cada órgão sensorial existe uma área do cérebro. As percepções envolvendo o campo espiritual não acionam nenhuma área especifica, portanto, haverá uma ativação inespecífica, difusa da parte subcortical (envolve a área do sistema límbico) que não alcançou a percepção consciente porque se chegar ao córtex o consciente será acionado.

Outro efeito causado pelo desdobramento é o sono porque se o sistema colinérgico está ativado a energia da pessoa é disponibilizada. Outro efeito: se a pessoa entra em desdobramento ela disponibiliza-se, solta sua energia e busca a energia que é do outro e acontece uma sobrecarga de algum tipo de energia e o crânio que é formado de apatita que repele o campo magnético, impede a fluência magnética e a solução é a abertura do crânio através da mandíbula para a liberação do excesso do magnetismo. Se uma pessoa liberar este magnetismo para ficar zerada perto de alguém a tendência é esta pessoa também bocejar para liberar o que lhe foi passado. Este é o motivo de, numa reunião mediúnica ou não, um bocejo ser contagioso.

O médium em desdobramento também libera ectoplasma e pode sentir as mãos quentes porque o sistema colinésico está ativado.

Na incorporação acontece a ativação adrenérgica e os efeitos são diferentes do que acontece no desdobramento: aumento da freqüência cardíaca, aumento da pressão arterial, diminuição da peristalse do sistema digestivo, aumento do fluxo renal, aumento do fluxo sanguíneo da cabeça e aumento do consumo de glicose.

O processo de incorporação passa pelo desdobramento, porém existem pessoas com predominância de um ou outro. Isto não quer dizer que a pessoa não possa desdobrar e/ou incorporar, mas deve ficar claro que são sistemas físicos diferentes que são acionados.
Por este motivo o médium deve tomar algumas precauções como não ficar com o estomago cheio, deve estar hidratado, não pode estar em jejum. Estas medidas devem ser tomadas mesmo se o trabalho for apenas de desdobramento.
Durante todo o trabalho é importante tomar água, hidratar-se, e mesmo depois da sessão não se deve comer comidas pesadas, pois o organismo precisa recuperar-se.

Quando um médium sentir-se “mal” por não saber que é um processo normal que se processa dentro do organismo produzindo a interação entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual, preocupa-se, desnecessariamente, com as possíveis conseqüências físicas.

Tendo Fé, que é segundo o conceito do Livro de Hebreus, contido nas Escrituras chamada de Bíblia, a confiança nas coisas que se vê e a certeza nas coisas que não se vê, o médium estará forte para se dedicar ao trabalho do Bem com Alegria, Paz Interior, Responsabilidade e Disciplina buscando aproveitar a bendita oportunidade de servir e ampliar seu conhecimento para a sua própria evolução.

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará, disse Jesus. E o conhecimento fundamentado cientificamente nos liberta da técnica dos “3 pulinhos” ou do “trago seu amor em três dias”. Tudo na Natureza é trabalho, esforço alegre e ligação com Deus.  

Artigo por Ruth Barbosa



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