quinta-feira, 11 de novembro de 2010

EVOLUÇÃO HUMANA E O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE CONGÊNITA

Viver é um processo de solução de problemas (até mesmo para uma ameba). KARL POPPER, Filósofo austríaco (1902-1994)
 Para o Instrutor Barcelos, no livro Obreiros da Vida Eterna, ditado pelo Espírito  Andre Luiz e psicografado por Francisco Candido Xavier,  “Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade Congênita, em processo de melhoria gradativa, espalhando enunciados novos que atravessem a zona de raciocínios falíveis do homem e lhe penetrem o coração, restaurando-lhe a esperança no eterno futuro e revigorando-lhe o seu em suas bases essenciais. As noções reencarnacionistas renovarão a paisagem da vida na Crosta terrestre conferindo a criatura não somente as armas com que deve guerrear os estados inferiores de si própria mas também lhe fornecendo o remédio eficiente e salutar.” 
Personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social. Congênito é o que nasce com a pessoa sem ser, necessariamente, hereditário.
Assim Personalidade Congênita é a organização dinâmica dos traços no interior do Eu  e que servirá para a construção da nova personalidade com a qual o Espírito interagirá com o mundo material.
Esta constante renovação indica a evolução do conhecimento e da consciência humana.
Clare Graves, americano, professor de psicologia do desenvolvimento durante 30 anos, fez uma pesquisa acompanhando milhares de pessoas buscando definir o que é ser um adulto psicologicamente saudável. Como resultado de sua pesquisa ele chegou a Espiral do Desenvolvimento e denominou seu sistema de Modelo Emergente Cíclico de Hélice Dupla do desenvolvimento de Sistemas Biopsicossociais Adultos.
Emergente – vai emergindo e evoluindo ao longo da vida da pessoa.
Cíclico – alterna da preocupação individual (interna) com foco no Eu para a preocupação com o coletivo (externa) com foco no nós.
De dupla hélice – para cada condição de vida que a pessoa está enfrentando existe uma condição neuropsicológica de resposta adequada.
Sistemas biopsicossoais adultos – fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Seus dois principais discípulos acadêmicos, Don Beck e Cris Cowan aprofundaram os estudos e criaram o Vmemes que é um sistema de valor essencial, uma visão de mundo, um princípio organizacional que permeia estruturas de pensamenos, sistemas de tomada de decisão e varias expressões da cultura. Vmemes são inteligências adaptativas essenciais.
Eles colocaram cores para identificar os vários sistemas de pensamentos construídos desde a época dos homens primitivos e que ainda existem no psiquismo humano. São eles:
BEGE
      Automático, autista, instintivo
      Foco na satisfação de necessidades biológicas
      Pouca consciência do eu como um ser distinto
      Vive da terra como os outros animais
      Satisfaz necessidades fisiológicas
      Base dos bandos de sobrevivência
      Não existe mais em condições normais

ROXO
Surgiu a 50 mil anos
·         Primeiras conexões entre causa e efeito
·         Conexões entre pessoas formando tribos.
·         O mundo é um lugar mágico com seres espirituais e sinais místicos. 
·         Sacrifica-se para satisfazer os desejos dos mais velhos, dos espíritos e dos ancestrais para ganhar segurança e sobrevivência num mundo ameaçador.
Vermelho
            Surgiu a 10 mil anos  
·         Satisfaz imediatamente impulsos e sentidos.
·         Luta agressivamente e sem culpas para romper limites
·         Não se preocupa com conseqüências.
·         Vive o momento, aqui e agora.
·         A causa de todos os fracassos e dificuldades é exterior.
·         Sentimento de onipotência.
·         Base de tiranos fortes e impérios feudais.
Azul
           Surgiu a cinco mil anos
·         Traz ordem e estabilidade para todas as coisas.
·         Controla impulsividade com culpa.
·         Lei e Ordem imposta.
·         Impõem princípios de vida virtuosa.
·         Plano divino define os lugares das pessoas
·         Surgimento das Cruzadas
·         Base das nações antigas
·         Religiões e igrejas, forças armadas

Laranja
             Surgiu a 300 anos
·         Luta por autonomia e independëncia
·         Almeja a boa vida e abundância material.
·         Progride buscando as melhores soluções.
·         Joga para vencer e aprecia a competição.
·         Acredita na ciência e na tecnologia
·         A autoridade repousa em experiências e provas
·         Não aceita dogmas.
·         Utilitarista,pragmático, orientado para resultados.
·         Base dos estados corporativos.
Verde
           Surgiu a 150 anos
·         Explora seu Ser Interior e o dos outros
·         Promove um sentimento de comunidade e cuidado
·         Compartilha os recursos da sociedade entre todos
·         Abraça a diversidade e o multiculturalismo
·         Considera todas as hierarquias opressoras
·         Libera os seres humanos da ganância e dos dogmas
·         Decide pelo consenso
·         Restaura a espiritualidade
·         Base das comunidades idealistas

Na luz

Ensinaram-me que somos luz e que, portanto, devemos fazer brilhar a nossa luz!

O que é fazer brilhar a nossa luz? É colocar para fora o que temos em nosso interior? É encontramos o que há dentro de nós? É nos enveredar pelo nosso interior, nos desabrochando e nascendo para a luz que brilha intensamente bonita, clara, divina, resplandecente? O que nos embaça? O que nos impede de enxergarmos nosso inerente brilho? 

Ah! a vida moderna... rica de metas espetaculares e cada vez mais inatingíveis ou tangíveis e pobre de ações robustas e profundas. Cada vez mais ágeis, antenados, modernos e mais distantes, supérfluos, ilhados. Nos unimos em guetos e não mais em grupos, criamos subpersonalidades para lidar com cada faceta de nossas vidas sem levar em conta que somos um, no agora, no presente. Quanto mais modernos, mais dissipados.

Então procuramos nos encontrar nos amores, nas academias, nas clínicas de estética, nos bares, nas baladas e voltamos para casa insatisfeitos, inseguros, ínfimos, sem luz.

Invariavelmente nos voltamos para fora. Ok, é na coletividade que temos o referencial de individualidade. Mas, até que ponto o outro é meu espelho?; até que ponto é através dele que me enxergo, que distingo o que quero e o que não quero, o que sou ou o que não sou?

O mergulho interno nos faz mais individuais, não é que não devamos contar ou nos utilizar de referências externas, mas até que ponto nos deixamos levar pelo que o outro é, ou pelo que ele pensa que é, ou pelo que achamos que ele pensa que é? Sim, é um labirinto, uma trama de palavras: entre perguntas e respostas que, talvez, nenhum dos dois saiba, de fato, responder.

Quanto mais nos mascaramos, mais nos embaçamos. Quanto mais nos afastamos, menos nos entendemos. Quanto mais olhamos para o mundo de forma superficial, mais nos tornamos artificiais e sem sentido.

A luz também é uma escolha. Tudo de fato é. Cada qual segue seu caminho quando soa o sinal do despertamento. Às vezes doloroso, solitário e aí clamamos ao Universo questionando o porquê de tanto sofrimento. E nos esquecemos de rever como, quando e onde contribuímos. Mas o que realmente importa nesse estágio é que a hora do despertar se inicia e aí, enfim, mergulhamos infinitamente dentro de nós mesmos. Não importa quanto tempo leve para isso ou o que nos leva para isso. Comumente é a dor, ainda!

Enfim, chegamos ao retorno! Retorno que nos permite enxergar a luz, à princípio opaca, mas que calma e buriladamente nos faz surgir quando iniciamos a limpeza da poeira dos enganos, das teias do afastamento, do bolor do descaso.

E começamos a enxergar a nossa luz, constituinte e constituída e agora construída, reforçada pela certeza do rumo e na esperança do retorno à estrada evolutiva.

Busquemos sair dos nossos enganos, por que o mundo moderno é este: uma mistura do ontem e do amanhã, da reparação e da regeneração. E a partir de nossa escolha nos enquadraremos em um ou em outro para viver o agora, plenamente. 

E, aí, então, fazer brilhar a nossa luz.

A cada dia um passo, mas esse passo precisa ser a cada dia mais firme!

Sigamos!

domingo, 7 de novembro de 2010

O que dizer?

O que dizer diante da dificuldade  - tão normal, mas tão persistente - de executar aquilo que aprendemos, que cremos, que sabemos ser o melhor caminho; aquele da evolução, sabe? Aquele que temos certeza de que nos fará melhor e, de fato, aquele que queremos realmente caminhar.

O que dizer a nós mesmos quando percebemos que aqueles pensamentos que não desejamos mais ter; aquelas conclusões que não são as melhores; aquelas críticas que surgem e que nos deixam perplexos diante do teor das questões; aquelas instruções dadas mentalmente a pessoas que fizeram isso ou aquilo mas que deveriam fazer outra coisa, coisa essa que, ao nos darmos conta, verificamos que não passam de atitudes viscerais que não levam a nada, somente nos deixam estagiando na negatividade, no desamparo do Alto, no nada.

O que dizer aos que estão mente a mente ou dentro da nossa mente? Quem ou o que é ou quais são? O que acontece com aquilo que absorvemos de melhor?

Vivemos imersos num mar de energia seja negativa ou positiva, somos ímãs que se conectam com o que está na mesma sintonia. Quem dá o pontapé inicial a esse casamento? Nós. Alguém pode perguntar, mas se estamos nesse conflito, como estaremos aptos a dar o pontapé? Poderia responder que se estamos num conflito já estamos em um bom caminho, afinal existe um pouco lá e um pouco cá. Poderia dizer que é não é fácil, mas sempre é possível. Mas vou dizer - sinceramente - que essa fase nos corrói; que nos deixa às vezes irritado; às vezes cansados; às vezes propensos a se deixar levar pelo dia, pelo pensamento, não lutando, não questionando; às vezes nos impulsionando a dizer bem alto: não! Eu já escolhi fazer melhor ou como o "pequeno" frade disse: escolho fazer a coisa certa (estava implícito em sua frase: doa o que doer!).

 O que dizer?

A primeira coisa a dizer - penso - é: você está sozinho na escolha, mas não está desamparado. Ao nosso lado, além dos exemplos (como o mencionado acima), estão aqueles que vivem conflitos como esse: homem velho x homem novo; personalidade atual x múltiplas dissociadas contrárias; eu x o "inimigo"; o bem x o mal; a velha era x a nova era, então, não é uma exclusividade nossa, o que nos torna seres normais e simples em conjunto num caminho despertante. Essa primeira afirmação não é para servir de consolo, é apenas o que é - um fato. Muitos já disseram; diante dos fatos não há argumentos. Meio caminho andado, afinal se sentir isolado ou "escolhido" para sofrer não é nada agradável, tampouco sensato.

A segunda coisa é que se não estamos sozinhos podemos nos aliar - não esqueçamos, juntos somos mais! Aqui também é uma questão de escolha, aliás sempre é - não tem jeito. Procurar mentes que pensam como nós, que vivem o que vivemos nos permitirá sentir o gostinho da "normalidade" tão saudável e necessária nesse momento.

A terceira coisa é seguir o conselho da vigilância e da oração. No primeiro caso, é uma decisão que nos leva a um trabalho constante de observação e reparação: ao observarmos pensamentos, críticas negativas: mordazes ou não, discussões mentais, orientações e brigas mentais em relação a outros, desânimo,  cansaço, é importante partir para a reparação, desfazendo mentalmente cada uma dessas situações. Às vezes fazer perguntas como estas nos trazem para o presente e para o refazimento necessário: Por que estou pensando assim? Por que acho que faria melhor? Por que estou brigando com ciclano? Fulano e Ciclano querem / podem mudar? Por que quero que eles mudem? Controle? Sou mais sábio/ esperto/ capaz / abençoado do que eles? Por que estou me metendo nisso? Quem está pensando / brigando / criticando / controlando agora? O homem velho / as múltiplas dissociadas contrárias / o "inimigo" / o mal / a velha era? Quem está no comando de mim mesmo agora? No segundo caso, nos conectamos com algo maior, que nos alinha e alivia, porque saímos do burburinho mental e escolhemos uma "estação" com menos interferência.

Uma quarta coisa a dizer é "esteja no presente", mas antes disso reflita: você quer continuar no caminho árduo e maravilhoso da renovação? Se a resposta for negativa, ok - a escolha é sempre sua, temos um longo caminho pela frente, que nunca nos é imposto, porque não seria válido. Se for positiva, bem vindo ao clube: se precisar de companhia siga-me que eu te sigo também. Se posso dizer algo no sentido de estar no presente é: medite. Reserve 15 a 30 minutos pela manhã e antes de dormir, essa prática nos habitua a mergulhar em nós e a aprendermos a nos observar e entender. Quanto mais nos percebermos e conhecermos, melhor. Quem nunca ouviu aquele conselho antiquíssimo "conhece-te a ti mesmo..."? O corre-corre da vida moderna não nos permite tempo? Mas não disse que sempre escolhemos? Que é árduo, mas é maravilhoso? O pontapé inicial é sempre nosso, sempre, definitivamente, necessariamente. Pense sobre isso e chegará a seguinte conclusão: ainda bem!!!!!!!!

Uma última coisa: somos complexos demais, não espere coisas simples. Discernimento e paciência. Leia e viva isso. Digo leia, pois é uma ótima dica. Não se dê desculpas, priorize! Mas antes reflita compenetradamente: o que eu quero?

Precisamos uns dos outros: a caminhada é individual, mas no caminho cabe mais um!

O que dizer?   
 Em frente!       Enfrente!