sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Refletindo com Einstein

Por Ana Machado Teixeira - ana.machadoteixeira@yahoo.com.br


Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.

Albert Einstein

O que nos diz Einstein nessa pequena frase?

Parece meio óbvio que silenciar nos permite ouvir melhor e perceber o que estava ali, bem na frente de nós. Já dizem os antigos... temos dois ouvidos e uma boca. Não lembro quem me disse há algum tempo que aos pares podemos incluir os olhos e até o nariz com suas duas narinas: Oh! boca tão solitária! Ou seja, para percebermos algo precisamos silenciar - fechando a boca ou "calando" os pensamentos. E como fazer isso?

Desejo falar sobre o mergulho a que o cientista se refere. E, para isso, lançarei mão de algo que - por experiência própria - tem me trazido exatamente essa sensação: a de um mergulho em profundo silêncio.

O profundo silêncio não significa distanciamento - ao contrário - significa presença, atenção, estar desperto para si mesmo, em conexão consigo. Aliás, em profunda conexão que, ao contrário de nos alienar, nos devolve a lucidez. E a lucidez nos devolve a verdade que se revela ou, se preferirmos, a verdade que, a partir daí, nós permitimos se revelar.

O exercício meditativo não é algo novo, é algo milenar. Temos referência dele seja nas Escrituras, seja nos textos orientais. E de lá para cá sempre continuou em voga, mesmo que um pouco distante do nosso mundo ocidental. E como tudo é cíclico só que em movimentos espirais, retomamos com outras nuances tais referências. A intensidade e a diversidade dessas nuances são simétricas ao tamanho dos problemas de toda sorte que surgem por conta desse distanciamento de nós mesmos. Ao construirmos mil faces para se adequar às situações com as quais nos vemos impingidos a seguir, em prol de uma "vida melhor", promovemos um desacoplamento de nossa essência e um afastamento de nosso planejamento inicial.

De acordo com as urgências modernas, temos de ser melhores em tudo, não como resultado de uma busca de qualidade, mas como uma busca insana por resultados que, invariavelmente, não temos tempo de usufruir.

Mas tudo isso já foi dito e escrito inúmeras vezes e nós, muitos (talvez um número menor) de nós já tem consciência da necessidade desse despertar ao qual a nova Era nos clama e que começa a raiar como um lindo amanhecer. Percebemos em vários lugares e situações os sinais dessa transformação positiva.

E é por isso mesmo que diante da frase de Einstein com que me deparei hoje, considero que a meditação é uma grande aliada que nos permite estar conectados conosco e com essa nova Era. Somente mergulhando profundamente em nós mesmos, nos aquietando atentamente é que conseguimos ouvir a nossa essência sutil e é mergulhando em nós mesmos que nos percebemos imersos no campo divino, onde a sintonia nos conduz a caminhos que sequer imaginamos.

Considero a meditação uma maneira altamente produtiva para acertarmos o passo no caminho da evolução. Mente atenta, no presente e com equilíbrio.

Sigamos em frente, então, com a disposição imprescindível para pôr em prática no agora o que pode fazer a diferença no sempre.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fascinação, a obsessão prazerosa

FASCINAÇÃO,  A OBSESSÃO PRAZEROSA
Ruth Barbosa – ruthbar@uol.com.br

Fascinar é, segundo o dicionário, “o ato de dominar por encantamento, atrair irresistivelmente.  A ação de atrair, cativar, de provocar encantamento, enlevo, feitiço, ilusão ou deslumbramento leva o nome de fascinação”.
Kardec no livro dos Mediuns, coloca a fascinação como produto de “espírito ardiloso e profundamente hipócrita porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude”. E acrescenta que: “ os grandes termos – caridade, humildade, amor de Deus – lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinas de inferioridade que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que vêem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu interprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter razão sempre”.
(Livro dos Mediuns, cap XXII,  item 239)
“O efeito do processo de fascinação vai dar na subjugação que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo”. (item 240)
São sempre confusos os conceitos de fascinação e paixão. Por isso falamos que estamos fascinados por alguém quando queremos dizer que estamos apaixonados. Kardec examinou a questão da paixão e no Livro dos Espíritos encontramos:
            907. O princípio das paixões sendo natural é mau em si mesmo?
            ¾  Não. A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.
            908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
¾  As paixões são como um cavalo, que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.
Assim a fascinação pode ser facilmente confundida com a paixão. Seja por alguém, por uma obra de arte, por uma instituição, por um objeto,  por um modo de vida e muitas outras coisas. O processo obsessivo da fascinação não usa de violência, é sutil, usa entre outros instrumentos que nós mesmos colocamos a sua disposição,  a vaidade, o orgulho e nossos vícios mentais travestidos de virtudes. E provoca em nós o doce sentimento de ilusão!
Como gostamos de viver na ilusão! Como gostamos de ter razão! Como é gostosa a sensação de que somos reconhecidos, de que sabemos algo que não está, segundo a nossa vaidade, ao alcance de todos. Campo propício para a instalação de um processo de encantamento que fecha os nossos olhos para nossa realidade interna e, consequentemente, mascara a realidade externa. Coloca-nos na verdade do outro.
Ora, o que é a Verdade?
Para os gregos a verdade (aletheia) é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito do homem. É uma correspondência das coisas do mundo ao modo de pensar. Pode ser pensada como uma adequação do nosso intelecto as coisas ou das coisas ao nosso intelecto.
Na fascinação a pessoa passa a ver o mundo com a correspondência ao modo de pensar do fascinador, ou seja, com os sentimentos e emoções alheias. Kardec observou que o fascinado aceita as teorias mais falsas como se fossem a expressão da verdade e tal situação pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas.
Interessante perceber que a palavra fascinação é usada como algo benéfico como, por exemplo, quando  nos orgulhamos de estarmos fascinados por uma pessoa, por um grupo e até por uma música. E o senso crítico que devemos ter em todos os momentos? Ah, mas não podemos criticar ninguém, apressam a falar os apressadinhos... Por isso devemos ter claros os conceitos, as palavras e as coisas do mundo. Do nosso mundo interno.
E o que é crítica? Vamos novamente ao dicionário que nos informa:  “v.t. Examinar, analisar uma obra para salientar-lhe as qualidades e/ou defeitos. / Ressaltar os defeitos das pessoas e das coisas; censurar.  Mas, assim como podemos salientar as qualidades de uma obra podemos examinar e  salientar as qualidades ou defeitos de alguém ou termos os nossos comportamentos criticados sem que, com isto, incorramos na censura”.
E o que é censura? Ainda segundo o dicionário, “censura é condenação”. E não podemos condenar porque não somos habilitados para tal. 
No livro Jesus no Lar, na Mensagem O Juiz Reformado, Jesus adverte que “Somente aquele que aprendeu intensamente com a vida, estudando e servindo, suando e chorando para sustentar o bem, entre os espinhos da renúncia e as flores do amor, estará habilitado a exercer a justiça, em nome do Pai”.
Mas podemos e devemos utilizar do senso crítico para nos orientar quanto a comportamentos sutis que podem estar representando uma fascinação a caminho da subjugação.
Na Revista Espírita de outubro de 1858, Kardec escreve que “Os Espíritos grosseiros são menos perigosos: reconhecemo-los imediatamente e não inspiram mais que repugnância. Os mais temíveis, em seu mundo, como no nosso, são os Espíritos hipócritas: falam  expressões carinhosas e em protestos de dedicação. É preciso realmente ser forte para resistir a semelhantes seduções.” (grifo meu)
Mas Kardec no mesmo artigo, orienta o que devemos fazer  “(...) Tirai-lhes a máscara e se tornam o que eram: ridículos. É isto o que se deve saber fazer, tanto com os Espíritos quanto com os homens”.
O processo da fascinação está sendo amplamente usado nestes momentos em que estamos de mudança para o mundo de regeneração e precisamos de muita atenção para não nos perder porque “Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espíritos, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem”. (Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 239)   
E só podemos ser fortes se tivermos senso crítico e observarmos tudo com prudência embora possamos, mesmo assim, nos transformarmos em joguetes destas mentes por causa de nosso desconhecimento das forças do passado que nos regem. Mais uma vez o Mestre nos dá o mapa do caminho: “Vigia e Ora”. (Mt. 26:41)
 E nós que nos propomos a colaborar para a implantação do mundo de regeneração, devemos ampliar nossa visão através do estudo e da observação de nós mesmos e buscar auxilio para determos processos que se implantam silenciosamente, acordando o passado e dando-lhe o status de presente, com seus projetos que não foram concluídos e oportunidades que foram perdidas, com vícios ainda ativos e sistemas de pensamentos completamente dissociados.
Copy desk by Aelius


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Uma nova possibilidade

Queridos amigos.

Existe dentro de nós todas as possibilidades que podem nos conduzir a vitória. Nada é mais certo de que nossa capacidade de atração, através da consciência, do foco e da concentração e da vontade direcionada (Somos verdadeiros imãs). Por isso é tão importante saber no que pensar, como agir e a quem ou a que estamos representando (aspectos bons ou ruins?)

Quando a essência de nossos comportamentos, agregados ou filiados à capacidade de amar está em foco, tal capacidade, que é o refinamento da emoção, permitirá o desenvolvimento da capacidade de transcender. E, consequentemente, estaremos aptos a fazer escolhas conscientes e mais duradouras, portanto sermos vitoriosos.

Abaixo m ótimo texto e um excelente final de semana para todos.

Ana


Uma nova possibilidade

Fernanda Leite Bião

Reencarnar é transcender a possibilidade de ser-em-si-mesmo. O ser traz em si vivências e segredos aprendidos em suas vastas peripécias existenciais
milenares. Ao nascer ou renascer, decidiu o Pai junto aos seus companheiros de trabalho e a pessoa reencarnante, que algumas memórias e habilidades ficariam restritas em seu componente psíquico. Assim, diante de uma nova existência, o ser poderia e pode ter a oportunidade de aprender e reaprender comportamentos. Nada nem ninguém está pronto e acabado. Tudo está em movimento e em construção. É preciso encontrar fagulhas de sentido nas novas experiências, para que, fortalecidas, possam render novos frutos renovadores, que possibilitarão ao ser a oportunidade de evoluir é uma tarefa árdua e necessária à alma.
A vida se assemelha a uma casa em que existem várias portas. Portas coloridas, transparentes, portas de vidros, de madeira, portas feitas de tecidos, portas de imaginação. Cada ser guarda a vocação ainda limitada de decidir. Limitada, pois não a conhecemos plenamente, pois, muitas vezes, nós a passamos a outros, para que realizem a escolha em nosso lugar e, diante disso, perde-se um momento belo de aprendizado.
Feche os olhos! Olhe em sua volta e perceba em sua vida quantas portas estão diante de você. Não tenha medo de imaginar, a imaginação foi uma instância de criação que desenvolvermos junto a nossa capacidade de pensar. Mas preste atenção, para não se perder nela. Use-a com cuidado!
Ouça o seu coração! O que ele diz busca direção e a necessidade de compartilhar com a razão. Não é verdade que sentimento e razão são inimigos ou desconhecidos. Ambos existem em integração. A separação, nós a damos.
Respire fundo e deixe a energia brotar em você, expandir em seu corpo e sair voltando ao seu lugar de origem: a natureza.
Perceba o movimento dentro de você. Coração bate e faz sons. Pensamento age e faz movimentos. A respiração lentamente acontece e você vai buscar pelos sentidos o que está externo a você. Isso se chama vida!
A vida não é ontem, não é o amanhã, mas é o que acontece agora. Você tem o poder do tempo de hoje, você tem o poder de se lançar à porta que realizar a sua escolha, mas observe, você tem uma consciência.
O que será que a sua consciência diz?
A consciência é a luz que foi colocada em nós para iluminar o caminho, para direcionar a respiração, sintonizar as batidas do coração, e, enfim, agir em uma direção.
Aqui estamos, eu, a consciência e a porta. Preciso clareá-la, para abri-la.
Tenho medo de não escolher o que preciso escolher, para de novo aprender. Como fazer?
Bem, de tudo que aprendi até aqui e até agora sobre mim, só tem uma coisa a fazer: abrir a porta! Sem não tentar como saber como aprender e como evoluir?
Tentemos!