quinta-feira, 19 de agosto de 2010

De princesas, hippies e Regressões a Vidas Passadas

Ruth Barbosa  - ruthbar@uol.com.br

Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar
Antes que ela possa dormir na praia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

                                                       Soprando no vento - Blowing in the wind - Bob Dylan



Nos anos 40, após o final da II Guerra Mundial, depois de um período de 30 anos com duas guerras altamente destrutivas e uma prolongada depressão econômica, começaram a despontar sinais de uma contracultura, contestadora do sistema. Paradoxalmente esta contestação começava no país que menos tinha sofrido com a guerra e num período em que a economia estava em plena recuperação.

Vários fatores contribuíram para este enfrentamento com o sistema estabelecido. Um deles foi o crescimento populacional e que ficou conhecido como baby-boom. Por que e com quais objetivos tantos espíritos encarnaram? Entre o final da década de 40 e o início dos anos 60 o número de estudantes no secundário duplicou, em 1968 50% dos jovens americanos freqüentavam o equivalente ao segundo grau. Na década de 60 encontra-se gestada a guerra do Vietnam, engolindo, com sua garganta voraz, os jovens americanos que já contavam com a produção de poetas como Allen Ginsberg, que colocava sua revolta e frustração com a sociedade americana ainda nos anos 40.

Em todas as épocas, sempre se ouviu falar de rebeldia, de delinqüentes, de desajustados. Nos anos 60 não poderia ser diferente. Porém, de braços dados a essa rebeldia, havia um potencial criativo, um poder, um idealismo marcante e abrangente, uma força como nunca na história da humanidade os jovens haviam experimentado. Essa década "mágica" foi, infelizmente, embalada pelo psicodelismo do rock, das drogas e, ao mesmo tempo, talvez em contradição, pelo culto aos valores cristãos da solidariedade e da recusa de considerar normal as guerras e conflitos.

Foram os hippies que trouxeram o movimento de rebeldia dos cafés para os campus universitários, e a universidade de Berkley tornou-se seu centro. Um momento crucial ocorreu ali em 1964, com "Free Speech Movement" (Movimento pela Liberdade de Expressão). A reitoria proibiu a distribuição de material de protesto fora dos portões da universidade. Perante a recusa dos estudantes foi chamada a polícia. A decisão de processar os estudantes levou-os a ocupar o edifíco da Reitoria. O movimento estudantil contestava injustiças sociais tais como o racismo, a pobreza, e a favor dos direitos das mulheres. A guerra do Vietnam começou, gradualmente, a ser contestada. Os protestos e manifestações tornaram-se frequentes, por vezes em confrontação com a polícia. Os incidentes mais grave ocorreram na Universidade de Kent, onde a Guarda Nacional disparou sobre manifestantes, matando quatro estudantes.

Em março de 1965 os estudantes da Universidade de Michigan fizeram um protesto com o objetivo de mostrar que a guerra do Vietnam era imoral. Começava a derrota americana que, anos depois e com a continuação do enfrentamento de muitos dos seus jovens que recusavam a convocação e preferiam fugir ou serem presos, deram por terminado sua ação naquele país.

E o que tem o movimento hippie a ver com princesas e Regressões a Vidas Passadas? Quebrando padrões estabelecidos o movimento hippie buscava, filosoficamente e utopicamente, a igualdade entre os sexos, uma sociedade sem divisões, sem guerras e sem conflitos. Infelizmente quando se fala em movimento hippie pensa-se logo em drogas e não nos valores que eles defendiam, na união com filosofias orientais e que hoje estão presentes no mundo ocidental trazendo uma grande colaboração na mudança de hábitos, de consumo e até no tratamento da saúde com as várias terapias orientais.

O que, no fundo, estes espíritos encarnados buscavam? Derrubar toda a tradição produtora de problemas. Até hoje muitos encarnam e ficam a procura do príncipe encantado ou vivem regredidas quando viviam ou como princesas ou como participantes dos grupos reais. Por esta razão, quando a terapia de regressão estava em processo de implantação, muitos achavam que iriam se ver como príncipes ou princesas. E até hoje muitos têm idéias errôneas da Terapia de Vidas Passadas por achar que só existem príncipes e princesas quando, na realidade, se busca nas vivências passadas os traços da personalidade congênita que ainda se fazem presentes na atual encarnação. Procura-se o passado que teima em viver no presente.

Mas esse sonho, acalentado e reforçado pelas famílias que chamam suas filhas de princesas ou que produzem festas nas quais elas são vestidas a caráter, é um elemento indutor, em algumas pessoas, para que se faça uma ligação energética com personalidades psíquicas de um passado que deve ser deixado onde está. Vivemos num mundo diferente e em profunda transformação. E precisamos nos desapegar do passado, procurando viver a vida presente com todas as oportunidades de crescimento material, existencial e espiritual.

Sem procurar estado alterado de consciência produzido artificialmente, precisamos dar continuidade ao processo evolutivo a que estamos submetidos e buscar nos distanciarmos dos elementos que nos conduzem a lembranças que podem fazer um grande estrago no nosso atual projeto reencarnatório. Vamos deixar as princesas e príncipes dormirem em paz e nos situarmos no projeto de mudança planetária e construirmos uma sociedade mais justa e mais equilibrada baseada na fórmula do Cristo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a Si Mesmo.

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