Por Ana Machado Teixeira - ana.machadoteixeira@yahoo.com.br
Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.
O que nos diz Einstein nessa pequena frase?
Parece meio óbvio que silenciar nos permite ouvir melhor e perceber o que estava ali, bem na frente de nós. Já dizem os antigos... temos dois ouvidos e uma boca. Não lembro quem me disse há algum tempo que aos pares podemos incluir os olhos e até o nariz com suas duas narinas: Oh! boca tão solitária! Ou seja, para percebermos algo precisamos silenciar - fechando a boca ou "calando" os pensamentos. E como fazer isso?
Desejo falar sobre o mergulho a que o cientista se refere. E, para isso, lançarei mão de algo que - por experiência própria - tem me trazido exatamente essa sensação: a de um mergulho em profundo silêncio.
O profundo silêncio não significa distanciamento - ao contrário - significa presença, atenção, estar desperto para si mesmo, em conexão consigo. Aliás, em profunda conexão que, ao contrário de nos alienar, nos devolve a lucidez. E a lucidez nos devolve a verdade que se revela ou, se preferirmos, a verdade que, a partir daí, nós permitimos se revelar.
O exercício meditativo não é algo novo, é algo milenar. Temos referência dele seja nas Escrituras, seja nos textos orientais. E de lá para cá sempre continuou em voga, mesmo que um pouco distante do nosso mundo ocidental. E como tudo é cíclico só que em movimentos espirais, retomamos com outras nuances tais referências. A intensidade e a diversidade dessas nuances são simétricas ao tamanho dos problemas de toda sorte que surgem por conta desse distanciamento de nós mesmos. Ao construirmos mil faces para se adequar às situações com as quais nos vemos impingidos a seguir, em prol de uma "vida melhor", promovemos um desacoplamento de nossa essência e um afastamento de nosso planejamento inicial.
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