quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Na luz

Ensinaram-me que somos luz e que, portanto, devemos fazer brilhar a nossa luz!

O que é fazer brilhar a nossa luz? É colocar para fora o que temos em nosso interior? É encontramos o que há dentro de nós? É nos enveredar pelo nosso interior, nos desabrochando e nascendo para a luz que brilha intensamente bonita, clara, divina, resplandecente? O que nos embaça? O que nos impede de enxergarmos nosso inerente brilho? 

Ah! a vida moderna... rica de metas espetaculares e cada vez mais inatingíveis ou tangíveis e pobre de ações robustas e profundas. Cada vez mais ágeis, antenados, modernos e mais distantes, supérfluos, ilhados. Nos unimos em guetos e não mais em grupos, criamos subpersonalidades para lidar com cada faceta de nossas vidas sem levar em conta que somos um, no agora, no presente. Quanto mais modernos, mais dissipados.

Então procuramos nos encontrar nos amores, nas academias, nas clínicas de estética, nos bares, nas baladas e voltamos para casa insatisfeitos, inseguros, ínfimos, sem luz.

Invariavelmente nos voltamos para fora. Ok, é na coletividade que temos o referencial de individualidade. Mas, até que ponto o outro é meu espelho?; até que ponto é através dele que me enxergo, que distingo o que quero e o que não quero, o que sou ou o que não sou?

O mergulho interno nos faz mais individuais, não é que não devamos contar ou nos utilizar de referências externas, mas até que ponto nos deixamos levar pelo que o outro é, ou pelo que ele pensa que é, ou pelo que achamos que ele pensa que é? Sim, é um labirinto, uma trama de palavras: entre perguntas e respostas que, talvez, nenhum dos dois saiba, de fato, responder.

Quanto mais nos mascaramos, mais nos embaçamos. Quanto mais nos afastamos, menos nos entendemos. Quanto mais olhamos para o mundo de forma superficial, mais nos tornamos artificiais e sem sentido.

A luz também é uma escolha. Tudo de fato é. Cada qual segue seu caminho quando soa o sinal do despertamento. Às vezes doloroso, solitário e aí clamamos ao Universo questionando o porquê de tanto sofrimento. E nos esquecemos de rever como, quando e onde contribuímos. Mas o que realmente importa nesse estágio é que a hora do despertar se inicia e aí, enfim, mergulhamos infinitamente dentro de nós mesmos. Não importa quanto tempo leve para isso ou o que nos leva para isso. Comumente é a dor, ainda!

Enfim, chegamos ao retorno! Retorno que nos permite enxergar a luz, à princípio opaca, mas que calma e buriladamente nos faz surgir quando iniciamos a limpeza da poeira dos enganos, das teias do afastamento, do bolor do descaso.

E começamos a enxergar a nossa luz, constituinte e constituída e agora construída, reforçada pela certeza do rumo e na esperança do retorno à estrada evolutiva.

Busquemos sair dos nossos enganos, por que o mundo moderno é este: uma mistura do ontem e do amanhã, da reparação e da regeneração. E a partir de nossa escolha nos enquadraremos em um ou em outro para viver o agora, plenamente. 

E, aí, então, fazer brilhar a nossa luz.

A cada dia um passo, mas esse passo precisa ser a cada dia mais firme!

Sigamos!

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